1ª Parte - Como nasceu o Avivamento Bíblico
De modo
oficial, podemos dizer que o Avivamento Bíblico nasceu a 7 de setembro de 1946,
em meio aos eucaliptos que havia no pátio, aos fundos da Faculdade de Teologia
da Igreja Metodista do Brasil, em Rudge Ramos, município de São Bernardo do
Campo.
Um grupo
de irmãos metodistas, das igrejas de Tucuruvi e Vila Mazzei, bairros da capital
paulista, estavam crendo no batismo com o Espírito Santo como uma experiência
pessoal (e muitos deles já haviam experimentado tal plenitude) e, reunidos
nesse local, juntamente com os então seminaristas Mário Roberto Lindstron,
Oswaldo Fuentes e Alídio Flora Agostinho, resolveram continuar a Obra iniciada
no seio da igreja, sob qualquer circunstância.
Alídio Flora Agostinho, um dos
fundadores
Esta decisão tornou oficial o Movimento, por isso que essa é a data em
que se comemora o seu aniversário. Esse grupo de irmãos era conhecido por “grupo
de clamor” porque orava intensamente por reavivamento no seio da igreja e
pregava a experiência da santificação e batismo no Espírito Santo como grande
necessidade para os crentes. Tornou-se um grupo muito ativo em ambas as
igrejas.
Como era
de se esperar, não pode ser tolerado muito tempo no seio da igreja e teve de
sair e organizar-se, pretendendo ser mais um movimento que uma denominação.
Teve que escolher um nome que o caracterizasse, o qual foi Igreja Evangélica
Avivamento Bíblico, como se chama até hoje. Santificação, poder para
testemunhar o reavivamento das igrejas, era a ansiedade desses fiéis e
corajosos irmãos, que não perdiam oportunidade de orar, estudar a Bíblia, e
evangelizar. Muitos destes idealistas já estão com o Senhor e nos são de mui
grata e saudosa memória. Dentre eles, destacamos os nomes de Francisco Antonio
Barbosa, Pedro Soares Martins, Vírgilio Conti, João Perseghino, Mariana
Perseghino, Joana Barbosa, José Ferreira e Cícero Faustino Inojosa.
Dentre
outros que pela benignidade de Deus ainda permanecem conosco, contamos com
satisfação os nomes de Orestes Branquini e Antonio Lopes Muniz. Louvamos o
Santo Nome do Senhor por essas vidas. O que aconteceu antes Quando jovem Mário
Roberto Lindstron, candidato ao ministério metodista, veio para faculdade de
teologia em 1945, encontrou os estudantes Taisuke Sákuma e Kinzo Uchida, ambos
da Igreja Metodista Livre, que faziam seu curso no mesmo local, Kinzo foi o
instrumento usado por Deus para pregar ao seminarista Mário, que estava insatisfeito
com sua vida espiritual, a necessidade de buscar a “experiência de santificação
e santidade”- doutrina pregada pelo metodismo antigo.
Ele e
outros colegas entregaram-se a busca de poder e santificação orando
intensamente. Mário Roberto Lindstron encontrou então o que buscava: o batismo
no Espírito Santo. Quando experimentou “a benção”, profetizou a conversão de
seu pai (que se cumpriu plenamente) e ouviu a voz do Senhor, que o mandou
pregar um avivamento na igreja. Sendo ajudante das igrejas de Tucuruvi e Vila
Mazzei, foi usado por Deus para anunciar a mensagem de despertamento, que foi
aceita por muitos. Os irmãos avivados tiveram profundas experiências com o
Espírito Santo e se tornaram poderosos na oração. No ano seguinte, 1946, vieram
para a mesma faculdade os jovens Oswaldo Fuentes e Alídio Flora Agostinho.
Cada um
deles tem sua própria história a contar, mas ao fato de que, logo na chegada a
faculdade, ao irem juntos com o jovem Mário Roberto orar a Deus, agradecendo
pela boa viagem, o fogo de Deus se derramou abundantemente em todos eles.
Ficaram então, como o colega Mário, marcados como os do “grupo”. Foram unidos
nessa noite para a grande Obra. Foi por isso que o 7 de setembro, desse mesmo
ano permitiu o encontro dos irmãos do “grupo de clamor”, com estes
seminaristas, no pátio da Escola de Profetas da Igreja Metodista, para fixarem
o indelével propósito de continuar, sob qualquer circunstância, o movimento de
avivamento espiritual. A obra era de Deus. Nascia o Avivamento Bíblico.
E depois...
Não
podendo continuar no seio da igreja Metodista do Brasil, o grupo passou a se
reunir fora, inicialmente na casa do irmão Edmundo
Branquini e
depois na humilde residência de um irmão, Lázaro
Sansão, à Rua
Floreal, 10, em Jaçanã. Para isso, ele separou uma pequena “área coberta de
sapé”, anexa à sua casa. Foi escolhido o irmão Tertuliano
Antunes como
primeiro líder do “grupo”, enquanto os seminaristas continuavam na faculdade de
teologia.
Em 1947,
o seminarista Mário Roberto Lindstron foi descontinuado em seus estudos na
faculdade e passou a liderar o “grupo”, que se tornava cada vez mais poderoso e
unido. Oswaldo e Alídio ainda permaneceram aquele ano na faculdade, ao fim do
qual deixaram de preencher o pedido para continuarem, e, desse modo, poder
ficar ao lado do “grupo” e cumprirem sua vocação divina.
2ª Parte - As primeiras igrejas
Jaçanã, a primeira Igreja
Aceitando
a imersão como única forma bíblica de batismo, por mãos do Missionário Henry
Jeffery, de
saudosa memória, naquele tempo ligado à “Missionary Chapel of London”, no dia
15 de junho de 1947, nas águas do rio Cabuçu, que divide o município da
Capital, de Guarulhos, nas proximidades da Vila Galvão, foram batizados
quarenta e sete avivalistas, dentre os quais o seu líder, Mário
Roberto Lindstrom. Dois
meses depois, a 16 de agosto, o mesmo Missionário que presidiu a primeira assembleia
da Igreja, na qual foi organizada a diretoria, e, também consagrou, além do
pastor – o jovem Mário Roberto Lindstrom -, também presbíteros e diáconos,
tendo sido então formado o que se chamou de “ministério” da Igreja.
Uma
dezena de anos mais tarde a igreja de Jaçanã contava com doze congregações na
Capital e duas no interior do Estado. Neste tempo, em dezembro de 1957, surgia
o primeiro número do jornal Avivamento, que é o órgão oficial do
Movimento.
Alta
Sorocabana, Oeste Paulista
Data de
1948 o início do Avivamento Bíblico na Alta Sorocabana. Em 24 de novembro, em
Presidente Bernardes, com um grupo de metodistas, alijados de sua grei por
causa da experiência pentecostal, foi organizada a segunda Igreja. Nesta data,
pelo pastor Mário Roberto Lindstrom, foi consagrado para exercer o ministério
de pastor, o jovem Alídio Flora Agostinho, o segundo pastor, com apenas
vinte anos de idade. Não tardou deu-se, a 16 de janeiro do ano seguinte, o
primeiro serviço batismal, tendo sido batizados vinte e seis irmãos. Neste
mesmo ano, com os irmãos Vírgilio Rosa, Rahel
Pereira Tangerino e
sua tia Francisca Tangerino a obra de estabelecia em
Presidente Prudente, a “Capital da Alta Sorocabana”.
O
Movimento na Alta Sorocabana , cuja sede passou a ser Presidente Prudente,
alcançou várias cidades da região, enquanto crescia e lançava raízes rumo a
Mato Grosso e ao Paraná, de modo que, em dez anos, suas atividades, já
abrangiam cerca de quinze qualidades.
Santo
André, o grande parque industrial
Em 1954,
com um trabalho de evangelização através de uma tenda de lona, ficou o
Aviamento Bíblico estabelecido em Santo André – mais uma congregação do Campo
de Jaçanã. O primeiro batismo se deu a 14 de novembro desse mesmo ano, sendo
vinte e cinco o número de batizados. Não tardou muito, à vista do
desenvolvimento do trabalho, foi consagrado a 8 de maio de 1955, em Jaçanã,
para exercer o ministério pastoral o irmão Oswaldo
Fuentes, então
estudante de direito, o qual assumiu a liderança do novo campo.
Diversas
vilas do grande centro industrial e alguns municípios vizinhos foram
alcançados. No fim, dessa década que já
estava estabelecido em mais de uma dezena de locais.
Por volta
de 1954, ainda se estabeleciam, as congregações de Vila Nair, no Alto do
Ipiranga, Capital e de São Caetano do Sul. Esta formada de um grupo de
metodistas, liderados pelo Pastor Abraão de Oliveira, de saudosa memória; aquela,
resultado de intenso esforço pelo Evangelista João Becatti, primeiro, levantando uma
congregação e depois, realizando uma campanha evangelística através de uma
tenda de lona.
O norte
do Paraná
Sob a
influência do movimento de evangelização por meio das “tendas de lona”, S.
Paulo (Jaçanã e Vila Nair) e Santo André se uniram financeiramente para
estabelecerem uma “Tenda da Salvação” bem no centro da
florescente cidade de Londrina, a “Capital do Norte do Paraná”. Por este tempo,
1954, já havia um pequeno em Assaí, cidade pequena, não muito distante de
Londrina. Para dirigir esse grupo tinha sido enviado o Pastor Domingos
Roque de Pinho, que
fora consagrado ao ministério pastoral a 7 de setembro de 1954, em Jaçanã.
O Pastor
Mário Roberto fazia, com sucesso, na tenda de lona, a campanha de salvação e
cura divina. O primeiro batismo, fruto desta empreitada evangelizante, se deu
em 9 de outubro de 1955, quando foram batizadas 73 pessoas. Fixou-se, então, o
Pastor Domingos em Londrina, onde se estabeleceu a sede do Movimento no Norte
do Paraná.
Depois da
campanha em Londrina, a “tenda” foi armada em Cornélio Procópio, e mais tarde
em diversas outras cidades; também chegou a Curitiba. Destacou-se, neste
ministério, o Evangelista Clóvis Nabarreto Rebesco, que se convertera em São
Caetano do Sul.
Deste
modo, no fim de 1959, no Estado do Paraná já havia mais de uma vintena de
congregações, inclusive na Capital.
3ª Parte
- O desenvolvimento da igreja
Décadas
de 50 e 60
Antes de
encerrar-se a década de 50, após treze anos de fundação, um balanço do
Movimento indicava: seis igrejas (campos), formados por sessenta congregações e
cerca de três mil membros. É bom lembrar que também dava os primeiros passos em
Cassilândia ( Mato Grosso do Sul) e em Araraquara (S. Paulo), e havia lançado
sementes na Bahia.
É deste
período ainda, a realização de Convenções Gerais. Em janeiro de 1956, de 23 a
29, reuniu-se em Jaçanã, o que se chamou inicialmente, de “Primeira Reunião
Geral de Obreiros”, e, depois de: “Convenção Geral”. Nesta reunião foi criado o
órgão geral, chamado de “Conselho Nacional”. Mais tarde se chamou: “Conselho
Diretor”, “Conselho Executivo”, e, por fim, “Conselho Geral”.
A década
de 60 caracterizou-se por autonomia de diversas congregações e a batalha por um
“estatuto único”. Em 1962 a Convenção Geral tornou-se pessoa jurídica,
pretendendo representar todas as igrejas.
Em 1968, na Convenção Geral realizada em Santo André, ficou estabelecido
o “estatuto padrão”, vinculando todas as igrejas à Convenção Geral. O final
desta Convenção ficou marcado, profundamente, por uma extraordinária
manifestação do Espírito Santo. Foi algo como um novo pentecoste, uma renovação
especial do Espírito, pela qual os obreiros e demais participantes receberam
poderoso impulso, para prosseguirem com novas forças.
Em
Paranavaí, Paraná, em 1972, reuniu-se a XVI Convenção Geral, que aprovou, em caráter
definitivo o “estatuto único”. Deste modo, oficializou-se o governo
centralizado, tendo sido estabelecidas as Regiões Eclesiásticas, com os
Conselhos Regionais, eleitos nas Convenções Regionais; o ministério tornou-se
itinerante e firmou-se o movimento de missões; ficou também fixado o “Dia
Nacional de Missões do Avivamento Bíblico”, que coincide com a data da fundação
do Movimento: 7 de setembro.
As
regiões estabelecidas foram: Centro, compreendendo S. Paulo, Minas Gerais e
Bahia; Oeste, compreendendo o Oeste do Estado de S. Paulo, Mato Grosso e Goiás,
e , Sul, compreendendo Paraná, Santa Catarina e R. Grande do Sul. Além das
regiões, foram reconhecidos os Campos Missionários: congregações distantes e
diretamente ligadas ao Departamento Geral de Evangelismo e Missões.
Décadas
de 80 e 90
Desde a
Convenção de 1982, tem se fixado a ideia de “campo eclesiástico”, como unidade
da Igreja, e assim seguiu-se esta década com grandes conquistas e avanços e o
mais importante: o amadurecimento espiritual dos pastores e membros de nosso
Avivamento; tanto na palavra de Deus; quanto ministerialmente e firmando-nos
como denominação forte e sadia, baseada nos princípios bíblicos e
eclesiásticos.
Acrescenta-se
às demais vitórias as edições do nosso manual da Igreja Evangélica Avivamento
Bíblico, livro este que contém as leis e diretrizes pelas quais o Avivamento se
rege e se orienta; com definições claras do funcionamento da igreja, nos
âmbitos local, regional e geral, bem como os privilégios, deveres e
responsabilidades dos membros.
Trabalho
esse realizado pelas diversas Comissões de Legislação e aprovado pelos
avivalistas representado nas assembleias plenárias das Convenções Gerais que
ocorrem quadrienalmente; consolidando o Sistema Eclesiástico da denominação.
De lá pra
cá temos presenciado os frutos da transformação que o Espírito Santo tem feito
na nossa querida Igreja; que como corpo de Cristo tem se sujeitado às
ordenanças de Deus que nos vocacionou para orar e trabalhar por avivamento
espiritual no Brasil e no mundo.
Novo
milênio
Hoje o
Avivamento Bíblico conta com igrejas implantadas em todos os Estados
brasileiros. E mais além tem estendido as estacas, alcançando através da obra
de missões os países de Chile, Uruguai, Paraguai e Argentina. Sabemos que há
ainda muito por fazer, mas o Senhor Deus, dono da Terra, tem levado a grei
avivalista a assumir sua posição.
Desde
2008, quando realizamos nossa Convenção Geral, várias mudanças administrativas
foram implementadas, buscando ajustar nossa estrutura e proporcionar que nossos
obreiros possam avançar em suas tarefas com maior abrangência de ação, a fim de
que a Missão da Igreja seja completada e sua vocação continue sendo perseguida
com o mesmo entusiasmo de sempre, que diga-se enfaticamente, desde sempre tem
caracterizado nosso valoroso povo avivalista.
Convidamos
você a juntar-se a nós e celebrar as maravilhas de Deus entre os homens na obra
de Avivamento Bíblico.
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